Pois bem, continuando… depois de chegar na minha rua, vê-la repleta de rampas pra saltar, ter a brilhante idéia de saltar, ir direto com a cara na parede de cimento da rampa à frente, eu desejei tão forte que aquilo não estivesse mais acontecendo, que no momento seguinte eu me vi em outro lugar, me materializando sobre a passarela do condomínio que eu morei por mais de 20 anos.
É como se eu fosse uma fumaça adquirindo forma e peso. Quase não deu tempo de achar meu ponto de equilíbrio até o momento em que meus pés tocaram o chão.
Olhei em volta para os 4 pequenos prédios do condomínio e eles continuavam iguais, as mesmas caixinhas de gesso verde e beje de 8 andares parecendo anõezinhos rechuchudos de sempre, mas quando eu olhei acima deles vi algo que me fez finalmente perder o equilíbrio e cair de bunda no chão:
Um prédio enorme, parado, firme, como se tivesse sido construído sobre um poderoso alicerce, só que no ar, a quilômertros do chão, bem acima do bando de aves que voava sem pressa. Olhei em volta e ele não era o único, haviam pelo menos 3 nas redondezas, espalhados desordenadamente.
Cada um deles construídos sobre um bloco com um 4 enormes tambores na posição vertical, um em cada uma das 4 extremindades, revestidos com tijolos, ou qualquer material que combinasse com a decoração do prédio.
Não sei se aquilo já estava ali antes e eu não tinha percebido ou se surgiu naquela hora, mas bem na minha frente tinha uma espécie de cabine de cimento. Na entrada, uma placa dizendo “Bem Vindo à Terra Leve – Venha nos visitar”.
Saindo dessa cabine e indo até o prédio flutuante mais próximo, havia uma corda que servia como meio de se chegar até lá. Era só subir em uma plataformazinha pra 5 pessoas e ir puxando a corda, que estava acoplada a ela, até chegar no prédio.
De repente, como se eu me lembrasse de algo que eu nunca tinha visto, fiquei sabendo que o conteúdo daqueles tambores é que sustentava o prédio no alto. Era uma substância que os cientistas tinham apelidado de Terra Leve, por ser formada por um tipo de matéria que reagem da forma inversa a certas propriedades da matéria. Se normalmente na natureza a matéria atrai matéria, essa repelia.
Tinha sido descoberta por acaso durante alguns experimentos realizados em um super acelerador de partícula na Europa e agora estava sendo usada em todas as áreas das atividades humanas:transporte (veíclos flutuantes menores e mais eficientes que aviões), na moradia (imaginaquanto espaço se ganha quando se pode muito mais quilômetros cúbicos pra construir) e entretenimento (nem preciso dizer, né?).
Nem me pergunte como eu fiquei sabendo disso só de bater a bunda no chão.
Só sei que fiquei olhando praquilo tudo dividido entre a minha vontade de ir até lá em cima conhecer a tal da Terra Leve e o medo de estar em um lugar tão longe do chão sem nenhum apoio visível a olho nu.
Eu queria muito subir, mas e se aquilo parasse de flutuar bem na minha vez de visitar? e se eu comessasse a cair como todas as coisas feitas de tijolo que eu conhecia até então? Será que os cientista sabiam tudo o que precisavam saber sobre isso? Será que tinham feito todas as experiências necessárias pra segurança? será… será…
Muitas perguntas pra um cara que tinha acabado de jogar o próprio carro em cima de uma rampa de cimento sem pestanejar, não?
Fiquei ali paralizado até acordar. Mas não acordar pro mundo dos acordados que nós conhecemos e compartilhamos, mas sim pra dentro de um outro sonho… que conto no meu próximo post ;-)
uau! uma máquina do sonhar!!!
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